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Ramiro do Império leva composições do sertanejo raiz por todo o Brasil
Postado à, 23 dias atrás | 
7 minutos de leitura
Ramiro Cândido do Império cresceu em meio à moda sertaneja daquelas de antigamente e pode-se dizer com certeza que é um dos grandes compositores desse cenário no Brasil. Na semana passada Ramiro esteve na AABB Piraju com alguns amigos, aproveitando a natureza e a beira do rio Paranapanema.
Suas músicas já foram gravadas pela dupla Carlos Lima e Thiago Viola e o sucesso das composições é imenso por onde a a dupla paranaense passa.
Uma das inúmeras músicas "Meu amigo estimado" que está no You Tube e em outras plataformas chega a derramar lágrimas dos olhos de quem gosta do sertanejo raíz com versos como:
" Meu amigo estimado senta aqui do meu lado pra podermos conversar falar dos tempos de outrora o que nos resta agora é o Passado relembrar
(..)
Como um filme em minha mente tudo passou de repente e nossa infância levou, restando só a saudade, distante da liberdade que o destino preparou"
Influência Musical
da Família
Desde o colo do avô materno seu Alfredo, e do pai Deolindo D'Império que tocavam em festas tradicionais como a de Reis na região em que moravam Ramiro foi desde a criança e adolescente construindo um gosto musical por essas modas.
Pode-se dizer que tudo começou aos 5 anos quando seu pai comprou um rádio, "época em que a
Rádio Nacional, apresentava cada dia da semana uma dupla diferente na sua programação", relata o compositor. Ele passou a ouvir a emissora diariamente.
uma de suas experiências aos 7 anos foi cantar num programa de rádio de Santa Cruz, o Rádio Clube Mirim" e fazia muito sucesso.
Daí somado a toda influência familiar ganhou um violão e iniciou as primeiras posições no instrumento com verdadeiras jóias da música sertaneja nacional como O menino da Porteira, "um cururu de Tedy Vieira e Luiz Raimundo, gravada por Luizinho Limeira e Zezinha, no ano de 1955", relembra.
Seguiu pra frente, cada vez mais vidrado no sertanejo raíz e seguiu então acompanhando as revistinhas da época que vinham com as músicas cifradas, tocando em bares de Santa Cruz do Rio Pardo com os amigos. Só deixou a música um pouco de lado quando precisou tirar um tempo para estudar e trabalhar, mas nas folgas não deixava de pegar o violão e cantar umas modas.
Depois de uns anos já casado e com filhos mudou-se para Bauru, transferido pelo banco onde trabalhava, e foi nessa ocasião que encontrou Sr. Romeiro, segurança do Banco e um exímio sanfoneiro. " Eu o conheci em um churrasco de confraternização, cantando umas modas, e criamos uma afinidade musical e ele logo me chamou para fazermos uma dupla cantando e tocando. Ele na sanfona e eu no violão. Essa parceria durou uns 20 anos até o falecimento do Sr Romeiro, então, parei de cantar e decidi me dedicar tão somente a compor". E assim segue até hoje. A cantoria só em rodas de amigos de confraternizações e pescarias.
Suas composições foram gravadas por Thiago Viola e Carlos Lima e também por Dalto Rodrigues, todos conhecidos no estado do Paraná.
"A partir da partida Sr. Romeiro resolvi me dedicar mais seriamente à composição, que sempre foi uma paixão", conta na alegria de cada nova nota e de versos que surpreendem. Sua facilidade de compor vem de uma inspiração com coisas simples. A música "Amigo Estimado", por exemplo , compôs letra e música em meia hora, ao avistar e sentar-se num banco que fica num sítio da familia de sua esposa.
Quando o lampejo vem, a ideia emotiva se fortalece ele pega o celular e grava a melodia e letra que se derrama em sua mente e coração e a nova crianção está feita.Dessa forma composições muito bonitas afloraram como "Dono do seu coração", "Saudades do meu Rincão", " A Luta não foi em Vão", "Meus 15 anos", "Moça", "Lugar que fui Feliz", "Você foi Embora", "Missão Cumprida", "Recordando Meu sertão", "Sonhando" e tantas outras, a maioria gravada pela dupla paranaense.
Os ídolos de Ramiro do Império são um verdadeiro roteiro para quem gosta de música sertaneja raiz. Lembrando que para muitos essa moda seria a verdadeira música nacional, porque entre o choro da melodia também se percebe um pouco do repentista que vive na cultura de tantas regiões do Brasil.
Entre os ídolos/ compositoresque ele relembrou nessa reportagem está Sulino (da dupla Sulino e Marrueiro) Zé Fortuna (da dupla José Fortuna e Pitangueira), Goiá (Goiá e Belmonte), Caetano Erba de Pederneiras, Tedy Viera, Dino Franco, Zacarias Mourão (Pé de Cedro), Tibagi e Miltinho e outras mais.
A maioria dessas duplas e intérpretes que tocava nos rádios das salas da frente das casas de antigamente, quando a televisão ainda não tinha avançado para a maioria das residências ou até nem existia.
A equipe da AABB Piraju, um recanto da natureza que atrai turistas de muitos lugares, agradece a passagem e estadia de Ramiro do Império por 3 dias nas terras pirajuenses na beira da maior riqueza do município, o rio Paranapanema em seu último trecho natural de corredeiras.
Tomara ele se inspire e transforme essa passagem em uma moda das boas e possa voltar outras vezes.
FOLHA 12/13 OUTUBRO 2024 
