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Mudanças climáticas e os dias mais quentes da história

Postado à, 470 dias atrás | 9 minutos de leitura

Mudanças climáticas e os dias mais quentes da história
O mundo bateu no começo de julho três recordes sucessivos de calor. Nunca se viu um verão e um inverno como esses, onde os habitantes das duas metades divididas pelo Equador sentem no ar, na água e no solo — além da pele — os efeitos de uma inédita escalada de eventos climáticos extremos, que têm afetado várias partes do mundo, deixando um rastro de destruição e causando preocupação generalizada e despertando a necessidade de compreender e lidar com as mudanças climáticas.
 
O aumento das temperaturas e a intensificação de eventos climáticos extremos têm se tornado mais evidentes. O aquecimento do planeta segue em ritmo inédito e acelerado.
 
As altas temperaturas, as ondas de calor e os eventos climáticos extremos são cada vez mais comuns e causam impactos significativos na vida humana e no meio ambiente. 
 
Dados preliminares da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos mostram que a temperatura média do planeta chegou a 17,23ºC.
 
Os dias 3, 4 e 6 foram os três mais quentes já registrados desde o início das medições com termômetros, em 1880. A superfície terrestre atingiu temperaturas médias de 17,01ºC dias 3 e 4, permanecendo em 17,18ºC no dia 5 e subindo para 17,23ºC no dia 6, dando ao mundo a semana mais quente dos últimos 150 anos pelo menos.
 
Muitas regiões enfrentam ondas de calor sem precedentes. Países da Europa, como França, Alemanha e Holanda, sofreram com termômetros marcando acima dos 40 graus Celsius. Essas altas temperaturas levaram a problemas de saúde pública, incêndios florestais e uma demanda sem precedentes por energia para resfriamento. Regiões do sudeste asiático, como Índia, Bangladesh e China, enfrentam fortes chuvas e inundações devastadoras. Em paralelo, áreas como o oeste dos Estados Unidos e Canadá continuaram a sofrer com uma grave seca, que tem levado a incêndios florestais intensos
 
O calor e a umidade deste ano foram devastadores no norte do México, onde mais de 100 pessoas morreram de causas relacionadas ao calor, de acordo com relatórios do Ministério da Saúde federal.
 
A China também está enfrentando calor extremo há semanas. Em 16 de julho, o município de Sanbao quebrou não apenas o recorde nacional com uma temperatura de 52,2° C (126° F), mas também o recorde de temperatura mais alta acima de 40° N de latitude.
 
Desde os anos 1970 cientistas do clima alertam que o efeito das mudanças climáticas, tornam as ondas de calor mais frequentes, duradouras e intensas.
 
As temperaturas extremas resultam de uma combinação de três fatores: o verão no hemisfério Norte, que concentra a maior parte das terras emersas e portanto dita o ritmo dos termômetros no ano; o El Niño, que chegou com força em junho (o mais quente da história, segundo a NASA, 1,07ºC acima da média, contra 0,92ºC do recorde anterior); e o aquecimento global.
 
 
 
O aumento da temperatura global provoca mudanças no clima, como o aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos, como secas, inundações e tempestades e é resultado da emissão de gases de efeito estufa.
 
O efeito estufa é alimentado principalmente pelo volume de dióxido de carbono (CO2) produzido por atividades humanas como a queima de gasolina e outros combustíveis fósseis. Em quantidades normais, o gás se dissipa na natureza. Em excesso, o CO2 retém o calor e a superfície global se torna superaquecida, como comprovaram os termômetros nos últimos dias.
 
As mudanças climáticas no verão podem aumentar os casos de doenças transmitidas por vetores e enfermidades infecciosas. Na natureza, alguns dos impactos são o aumento da temperatura global do planeta, o derretimento das geleiras polares, tempestades mais intensas e períodos de seca mais frequentes.
 
 
 
Os cientistas, alarmados, avisam que é grande a chance de novas máximas serem registradas ao longo das próximas seis semanas, um sinal de que a luz solar está sendo muito mais absorvida do que irradiada para o espaço.
 
 
 
Como vimos o aquecimento global, se trata do aumento da temperatura média da Terra, principalmente dos oceanos e da camada de ar próxima a superfície terrestre. Esse aumento da temperatura pode ser influenciado por causas naturais ou por atividades antrópicas, entretanto, é de conhecimento de todos que os impactos que viemos causando diariamente, década após década vem afetando significativamente o nosso planeta.
 
Os cientistas alertam que esses eventos provavelmente se tornarão mais frequentes e intensos no futuro, a menos que medidas significativas sejam tomadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os efeitos do aquecimento global.
 
No Brasil, a temporada de verão costuma ser marcada por altas temperaturas e chuvas intensas, que causam enchentes e deslizamentos em diversas regiões do país. Além disso, a falta de água e a redução da umidade do ar aumentam os riscos de incêndios florestais, que devastam áreas naturais e colocam em risco a fauna e a flora locais.
 
Diante dos desafios colocados pelas mudanças climáticas, é fundamental que todos, poder público, privado e população, façam a sua parte para reduzir os impactos e garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
 
Para enfrentar esses desafios das mudanças climáticas, é fundamental que governos, empresas e sociedade em geral adotem medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, investindo em fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, reduzindo o consumo de energia e incentivando práticas sustentáveis, como o uso de transporte público, bicicletas e carros elétricos.
 
Além disso, é importante que a população esteja preparada para enfrentar os eventos climáticos extremos, por meio de planos de emergência e estratégias de adaptação, como o uso de tecnologias de irrigação, o armazenamento de água e o planejamento urbano que leve em consideração as mudanças climáticas.
 
Os cientistas alertam que este ano provavelmente será o mais quente de todos os tempos e que 2024 pode ser ainda pior, devido à permanência do El Niño.
 
O tempo está se esgotando, e a urgência de agir contra as mudanças climáticas nunca foi tão evidente.
 
 Foto: (imagem 3D). Imagem: gettyimages.