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Pentecostes: Espírito Santo e Justiça Social no Brasil

Postado à, 110 dias atrás | 6 minutos de leitura

Pentecostes: Espírito Santo e Justiça Social no Brasil
A Solenidade de Pentecostes, celebrado cinquenta dias após a Páscoa,exatamente neste ano de 2024, acontece no dia 19 é uma data de profunda importância para os cristãos, marcando a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, conforme descrito em Atos 2, 1-4. Este evento não apenas consolida a fundação da Igreja Cristã, mas também nos chama a refletir sobre a relevância de seus ensinamentos em nossa realidade contemporânea, especialmente no Brasil, onde enfrentamos desafios como catástrofes naturais, desigualdade e discriminação.
 
A Festa de Pentecostes, originalmente uma festa judaica chamada Shavuot, celebrava a entrega da Torá a Moisés no Monte Sinai, cinquenta dias após o êxodo do Egito. Para os cristãos, o Pentecostes assume um novo significado com a vinda do Espírito Santo. Conforme Atos 2,4, "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava". Este evento simboliza a capacitação divina para a missão evangelizadora da Igreja.
 
A contagem de cinquenta dias após a Páscoa, como descrito em Levítico 23,15-16, liga diretamente a libertação do povo hebreu à dádiva do Espírito Santo, simbolizando uma nova era de liberdade espiritual. Este período é um tempo de preparação e expectativa, culminando na recepção do Espírito Santo, que nos guia e fortalece para enfrentar os desafios contemporâneos.
 
No Brasil, onde enfrentamos enchentes devastadoras, miséria crescente e desigualdade, a mensagem de Pentecostes pode ser revitalizadora. Celebrar Pentecostes hoje envolve não apenas rituais religiosos, mas também ações concretas de solidariedade e justiça social. Como dito em 1 Coríntios 12,7: "A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum". Devemos usar nossos dons espirituais para promover o bem comum, lutando contra a injustiça e ajudando os necessitados.
 
Os dons do Espírito Santo, listados em Isaías 11,2, incluem sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento, piedade e temor de Deus. Estes dons são ferramentas essenciais para os cristãos, permitindo-nos agir com discernimento e coragem em prol da justiça. Maria, como a primeira discípula e receptora do Espírito, é um exemplo de abertura à ação divina. Sua oração no Magnificat (Lucas 1,46-55) proclama a justiça e a misericórdia de Deus, inspirando-nos a lutar por um mundo melhor.
 
Diante das calamidades e desigualdades que assolam nosso país, a celebração de Pentecostes nos chama a uma reflexão profunda sobre nosso papel como cristãos. Como podemos, inspirados pelo Espírito Santo, atuar de maneira efetiva e transformadora? Em Tiago 2:17, somos lembrados de que "a fé por si só, se não for acompanhada de obras, está morta". Precisamos traduzir nossa fé em ações concretas que promovam a justiça social e a dignidade humana.
 
Como estamos usando os dons do Espírito Santo para fazer diferença em nossas comunidades? Estamos, como cristãos, suficientemente engajados na luta contra a desigualdade e a injustiça? Nosso compromisso com o amor ao próximo, como ordenado em João 13,34, "Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros", está se refletindo em nossas ações diárias?
 
A ação divina  de Pentecostes é um convite para renovar nosso compromisso com os valores do Evangelho, usando os dons do Espírito Santo para construir uma sociedade mais justa e solidária. Em meio às dificuldades, a presença do Espírito nos lembra de que não estamos sozinhos e que somos chamados a ser agentes de transformação, inspirados pela fé e pelo amor divino.
 
Que possamos, nesta celebração de Pentecostes, abrir nossos corações ao Espírito Santo, permitindo que Ele nos guie e nos fortaleça em nossa missão de promover a justiça, a paz e a dignidade humana em nosso amado Brasil. Como Paulo nos exorta em Gálatas 5,22-23, que os frutos do Espírito - amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio - sejam evidentes em nossas vidas e ações.
Prof. Dr. Pedro Ferreira de Lima Filho é Articulista, Assessor Executivo, Colunista Especial, Correspondente Jurídico, Polígrafo, Polímata, Servidor Público Concursado de Carreira, Leitor Crítico, Filósofo, Pedagogo, Teólogo, Especialista em Educação Especial e Inclusiva, Pós-graduado em Ensino Religioso, Mestre em Bíblia, Doutor em Teologia e Professor Universitário nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação no Brasil e no Exterior. E-mail: filho9@icloud.com
 
Foto capa quadro de Djanira / Festa do Divino