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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: um caminho sem volta

Postado à, 60 dias atrás | 6 minutos de leitura

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: um caminho sem volta
 Como desvelar mentiras e verdades em tempos de tecnologia quando a sociedade está imersa numa ebulição de informações disseminadas em fração de segundos advindas de uma máquina? 
 
A inteligência Artificial (IA) surgiu para dominar o mundo ou para se pôr a serviço da sociedade? Uma gama de teorias se espalha pelo mundo sugerindo os benefícios e os malefícios dessa inovação, mas, e a Educação, como fica quando a aprendizagem está atrelada à motivação? 
 
Ao refletir sobre as implicações sociopolíticas da IA no Brasil, um turbilhão de sentimentos nos incomodam. Em princípio, os negativos lideram: como uma máquina dominar o mundo e não o ser humano, dotado de cérebro, criado pelo divino para dominar sobre os demais seres e, segundo o primeiro livro bíblico Gêneses, sobre todas as coisas? O sentimento mais positivo aposta no potencial do cérebro humano, afinal a IA se alimenta de dados, e quem os fornecem direta ou indiretamente senão o “ente privilegiado”, que é o homem, como afirma filósofo e analista humano Martin Heidegger.
 
Recentemente, precisamente em 18 a 20 de junho, assisti a um seminário com o Profº. Dr. Sérgio Amadeu da UFABC, realizado na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) onde trabalho, e, sempre que posso, aproveito para me inteirar nas novidades que assolam o mundo, participando dos cursos e palestras oferecidos gratuitamente à sociedade. 
 
Nesses três ótimos dias de palestras, recebi um bombardeio de informações que desconhecia sobre a IA com as quais fiquei deslumbrada. 
Antes que pensem que trago aqui as respostas para nossas inquietações, terminei o curso com a certeza socrática de que nada sei, ou seja, ainda não estou pronta para absorver a densidade de conhecimento sobre essa tecnologia que é a bola da vez e quem não souber driblar não fará gol. Aprendi o suficiente para entender a importância de compreender essa nova realidade. 
 
Portanto, o meu propósito aqui é convidá-los a novas reflexões, porque entendi a pertinência de construir conhecimentos não a partir da IA, mas primeiramente sobre ela. A IA é tema atualíssimo e suscita pontos de vistas distintos desde a sua concepção. 
Não me refiro ao entendimento de curiosos como eu, mas de grandes estudiosos e globalmente renomados. 
 
São várias as concepções sobre IA, a abordagem simbólica em que a IA é a capacidade de manipular símbolos usando a língua; a concepção conexionista, que é a capacidade de realizar tarefas complexas; a de classificação usando redes neurais; a abordagem de aprendizado que pressupõe a capacidade de aprender estrategicamente. 
Enfim, sei que já tem leitores pensando em fazer um curso para aprender sobre o uso da IA.
 
A ideia fixa que ora se me apodera a mente, desde a manifestação em debate de professores preocupados com lidar com a IA em sala de aula, é que as profissões serão afetadas sobretudo a do educador! 
 
Como lidar com o novo? 
 
Quais as implicações da IA para a educação?
Estamos diante de um novo que não pretende envelhecer e caducar, pelo contrário, está sempre se aperfeiçoando, e, cada vez mais, surgem novos modelos, mais potentes, mais eficazes, e, para a geração conectada, cada vez menos assustadores. Trata-se de um desafio que cada um de nós educadores que pretendemos ser facilitadores da construção de conhecimento pelos alunos, devemos abraçar a ideia de buscar conhecer a IA e saber como utilizá-la a favor da construção de ideias. Se vai dominar o mundo ou não, não sabemos precisar de que maneira, mas certamente somos nós a inteligência que pode criar atividades que instiguem os estudantes ao livre pensar, não nos distanciando do que pretendia Paulo Freire em sua Educação como Prática da Liberdade. 
 
Somos nós educadores os que devem estimular a reflexão, criar tarefas que os ajudem a desvendar os mistérios técnicos da IA desvelar suas limitações. 
Enfim, aprofundar o conhecimento dos estudantes para utilizar a IA a favor das ideias e não repudiar o seu uso apenas por falta de conhecimento, pois onde há falta de conhecimento, há sofrimento, como registrado na Bíblia: “Meu povo sofre por falta de Sabedoria”. Abracemos, pois, o desafio, porque esse voo parece que não vai aterrissar tão cedo. 
 
Finalizo essas breves palavras remetendo a outra passagem bíblica que nos estimula a continuar a pesquisa em busca da Verdade. “Conheçamos e prossigamos em conhecer a Verdade”.
 
Profª Drª Solange Carlos de Carvalho Escritora, Doutora em Linguística e Revisora de textos. E-mail: solange.carvalho@fundaj.gov.br
Dra. Solange é atuante na Fundação Joaquim Nabuco em Pernambuco . Veja o link clicando na foto a seguir.